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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Maria Luiza

Revi, Maria Luiza (fictício). Confirmei minha indignação diante do trato dado ao doente mental no Brasil, pela sociedade, pela imprensa e, conforme muito bem comprovado empiricamente, pela família. Como a justiça e a imprensa,  tratou o assassino "louco" do jornalista Glauco? E sua família como terá se comportado? O Ministério Público? Deixou-o durante 1 ano em um presidiário de alta periculosidade e, não em um hospital psiquiátrico.

Maria Luiza criou seus filhos. Trabalhou por décadas em seu comércio. Agora, doente, não dorme. Fale aos gritos e, sem parar com seu marido. E, este, por conseqüência, com os seus. O clima segue ladeando o ambiente familiar.

Maria Luiza não quebrou a perna, teve diabete, colesterol, desequilíbrios hormonais da tireóide ou calorões da menopausa. Adoeceu psicologicamente. É louca. Dizem e riem os próprios familiares. A imensurável ignorância do ser!

Não queira jamais competir com as habilidades de Maria Luiza na cozinha. Faz salgados para fora como ninguém. Teria as condições de estresses pelas quais vem passando contribuído para seu adoecimento? Seria mais um caso de bipolaridade somente agora manifestado? A idade avançada colabora no aparecimento do quadro patológico?
Momento oportuno para lembramos Alberto Dines: "Estabelecido o primado da vida sobre a morte é possível construir um núcleo de consensos, independente das culturas, sistemas políticos, conceitos morais, ritos religiosos, tradições e costumes. A diversidade não nos conduz obrigatoriamente ao abismo, ao contrário, as diferenças são um estímulo para a construção de pontes". Folha, 05/03/2011)
Bem, estamos no Brasil. Onde tudo possível. O que se busca? Os cuidados com o seu humano com educação e saúde pública de qualidade, ou um bode expiatório? O que se deseja provar? A sanidade e capacidade de asssumir seus erros e acertos ou a insanidade "humana" de se desejar levar vantagem em tudo?

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