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domingo, 28 de fevereiro de 2010

A BAJULAÇÃO DA GLOBO

O futebol mudou. O futebol Virou política? Será mais uma evidência de que o talento nesse setor não tem mais a mesma importância. Será o reconhecimento e a valorização da mediocridade. Tostão.

“A publicidade precisa entender que o consumidor agora é crítico”. Juan Pablo Manazza. Gazeta do Povo 26-02-2010.


Em "A origem das coisas", diz-se que o governo engraxa os pés das organizações e, eu hoje, faço uma bajulação. Tipo assim: professora, como você está esbelta! Ou, chefinho quer um cafezinho? Poderia até ser, mas não é. Meu elogio aqui vai para nada mais, nada menos para uma empresa que talvez ninguém conheça no Brasil: “A Rede Globo”. Sim, você tem prestado atenção? Esta emissora tem dado um show de conhecimento e informações aos seus ouvintes. Do jornal das 07h00minhs, ao Jornal da Globo. E, o programa da Ana Maria Braga? Aborda das causas do suor em excesso à dependência química.

É isso que o leitor e/ou expectador brasileiro está precisando, esclarecimentos verdadeiros, para que possa formar opiniões esclarecidas sobre os grandes problemas do Brasil e da humanidade. E, não da informação que ainda existem vagas na cadeia de curitiba. Com boa educação para todos estas, bem como as empresas de segurança privada, poderão vir a ser desenecessárias. Cabe aos meios de comunicção cumprirem o seu papel e não derreter conforme o dolé.

Tá. Eu sei que a Fátima Bernardes e o Boni, têm carinha de bons moços. E a mecha branca? Ajuda na confiança? Provavelmente sim. Mas eu sei que de santo esses dois não têm nada. Tiveram filhos e trigêmeos ainda! A bola da vez é ter conteúdo. E esta emissora tem tido. Dá um show em muitas instituições de ensino e professores que escrevem artigos medíocres em jornais. Não cumprem o seu papel de produção e divulgação do conhecimento. E a revista que tudo olha e nada vê? Aliás, teria o sindicato dos professores se transformados apenas em politicagem?

Eu sou pelo ser e, não pelo ter e parecer. Mas admito: até eu queria parecer na Globo! Se continuar nesse nível de qualidade.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

As causas e formas de controle de comportamentos destrutivos

"Raiva, ciúmes e ressentimentos ... São armadilhas montadas por nós mesmos"?
Todos podemos controlar a dor exceto aquele que a sente".Shakespeare

"O ser humano é muito mais irracional do que a gente imagina." Ronaldo Laranjeiras

Configura o vídeo: http://www.uniad.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1494:as-causas-e-formas-de-controle-de-comportamentos-destrutivos&catid=43:uniad-videos&Itemid=97

Especialistas analisam impacto da violência na juventude do Brasil: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1208287-7823-ESPECIALISTAS+ANALISAM+IMPACTO+DA+VIOLENCIA+NA+JUVENTUDE+DO+BRASIL,00.html

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A lealdade das mulheres



"Basta olhar as filas das visitas nos presídios para saber que lealdade não é qualidade masculina". Calligaris

NA TARDE de quinta-feira passada, estive no Presídio Feminino do Butantã, situado na rodovia Raposo Tavares, longe do bairro paulistano do Butantã.
Aconteceu assim: antes do fim de ano, Wagner Paulo da Silva, que eu não conhecia, me escreveu explicando que ele organizava um grupo de leitura regular para detentas desse presídio. O grupo (mais ou menos 25 mulheres) tinha discutido uma de minhas colunas; quem sabe eu me dispusesse a proporcionar um "encontro com o autor"?
Soube depois que Wagner da Silva e Durvalino Peco animam há anos esse grupo de leitura para detentas do presídio do Butantã e, agora, com o apoio do Estado de São Paulo, estendem o programa a 26 penitenciárias da região metropolitana (para isso, eles promovem, na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, um curso gratuito de formação de mediadores -as inscrições já estão encerradas, mas vale a pena conferir: www.fespsp. org.br/leiturativa/).
Enfim, voltando das férias, liberei uma tarde para aceitar o convite e encontrar minhas leitoras. Ficamos conversando mais ou menos duas horas, e saí de lá com algumas reflexões. Eis uma delas.
A prisão, para as mulheres, é uma punição mais severa do que para os homens, e a causa dessa diferença é um atributo feminino.
Claro, há homens leais e mulheres desleais, mas, em regra, a lealdade é uma qualidade mais feminina do que masculina. Não estou pensando na fidelidade amorosa e sexual -nesse campo, homens e mulheres são capazes das mesmas "traições". Penso numa lealdade mais fundamental, que uma comparação vai explicar facilmente.
Em dia de visita numa penitenciária masculina, a fila de mulheres (esposas, mães, filhas, irmãs) é longa: facilmente, é mais de uma visita feminina por cada preso.
Em dia de visita numa penitenciária feminina, a fila é curta e, em sua grande maioria, composta pelas mães das detentas; os homens aparecem num número irrisório. Sei lá, por 700 mulheres no presídio, uma dúzia de gatos pingados visitando. Os homens se esquecem de suas companheiras assim que as portas do presídio se fecham sobre elas. Abandonada pelo companheiro ou marido, a mulher (outra prova de lealdade) prefere duvidar de si: será que o marido nunca comparece porque ela não é, nunca foi, a mulher que ele queria?
A deslealdade masculina aparece também quando os homens são presos; eles são bem felizes de receber a visita das mulheres que voltam a cada semana, lealmente, anos a fio, mas, com frequência, se esquecem dos filhos que deixaram fora do presídio.
As mulheres presas, ao contrário, só pensam nas crianças que estão lá fora (em geral, com a avó; quase nunca com o pai). E, de novo, a lealdade com as crianças as leva a duvidarem de si mesmas: no dia em que sairão do presídio, os filhos não as reconhecerão, ou então, de qualquer forma, eles já gostam de avós, vizinhas, tutores e tutoras mais do que delas -e por aí vai.
Facilmente, as mães detentas vivem o afastamento das crianças não como consequência da punição pelos crimes que elas cometeram, mas, bem mais sofrido, como punição por elas não "merecerem" ser mães -como se os filhos estivessem longe porque elas não souberam e não saberiam ser mães.
As mulheres, qualquer criminologista sabe, agem criminosamente por razões diversas das dos homens. Em regra, matam por paixão amorosa; quando traficam ou assaltam é, frequentemente, para acompanhar o parceiro. Com isso, a prisão feminina é uma espécie de pena do talião: crimes cometidos por amor são punidos pelo sumiço dos homens amados e pelo medo da perda do amor das crianças.
Na época em que trabalhei em instituições psiquiátricas fechadas, quando o expediente terminava e estava na hora de ir embora, no fim do dia, eu era acometido por uma tristeza profunda. Acabava de compartilhar um bom tempo com os que estavam lá internados, e eis que, agora, eu ia embora, para uma casa, uma companhia, o convívio dos amigos. E eles, não; eles ficavam. A tristeza era uma espécie de culpa por abandoná-los no que era, de fato, uma desolação. Pois bem, ao sair da penitenciária do Butantã, não senti nada disso, pois não havia desolação. Não teria como fazer elogio maior à direção do presídio, à equipe que lá trabalha e às detentas que encontrei, pela resiliência de sua vontade de viver.

Fonte: Contardo Calligaris. Psiquiátra. Escritor. Colunista da Folhaccalligari@uol.com.br

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

MULHERES - As mandonas?

Nós, mulheres, queremos mandar em tudo, mas, BÊBADAS?

Veja:

AUMENTA 50% O NÚMERO DE MULHERES NO GRUPO "BEBEDORES DE RISCO":
http://www.uniad.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2353:aumenta-50-o-numero-de-mulheres-no-grupo-qbebedores-de-riscoq&catid=43:uniad...-videos&Itemid=97 . Agora,se os homens começam a beber por influência e as mulheres por desgostos? O cabresto funciona?Só ouve os outros? Eles não se cuidam na velhice! Sua Instituição é privada. Faça a fila andar!


JOVEM É MAIOR ALVO DE PUBLICIDADE DE BEBIDADE (fOLHA, 20/01/2010).Os jovens começam a beber cada vez mais cedo no Brasil : http://www.uniad.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1562:os-jovens-comecam-a-beber-cada-vez-mais-cedo-no-brasil&catid=43:uniad-videos&Itemid=97

"O JOVEM VAI BEBER, COM O...U SEM PROPAGANDA", (ARTHUR GUERRA).


Estudos sobre a Maconha: http://www.uniad.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1555:estudos-sobre-a-maconha&catid=43:uniad-videos&Itemid=97

DEPRESSÃO NA EMPRESA

"Não há linhas divisórias entre o ser humano e o profissional".
Paciente depressivo tende a isolar-se afetando a comunicação interna e a qualidade do trabalho em equipe
A sua empresa é daquelas que, face à pressão por resultados imediatos, pouco tem focalizado a atenção ao fato de que as pessoas se sentem ansiosas, inseguras, desgastadas e perplexas em muitos momentos de suas vidas? Ou faz parte do rol de empresas que entende que, por serem constituídas de pessoas, podem se tornar (corporativamente) deprimidas, sofrerem de pânico, fobias e outros transtornos psicológicos?
Pois saiba que, desde a década de 80, quando as pessoas começaram a tomar consciência de que as suas escalas de prioridades apresentavam distorções, a auto-estima, auto-confiança, o culto ao corpo, felicidade e plenitude assumiram posições de maior importância, inclusive nas empresas, as quais, tornando-se conscientes que não há linhas divisórias entre o ser humano e o profissional, estão abrindo espaço para o “humano” dos seus colaboradores, afinal, qualidade de vida e felicidade são tão importantes quanto tecnologia e métodos de auditoria, quando se pensa em resultados e produtividade.
Um dos disparadores desta conscientização foi o reconhecimento de que a ansiedade e o estresse não são patrimônios exclusivos de executivos atarefados e de que a competitividade acabou substituindo a colaboração, o que é um paradoxo se levarmos em conta que vivemos na época do trabalho em equipe; isso e muitas outras variáveis aumentam o grau de ansiedade (temor indefinido experimentado como expectativa do pior) dos profissionais nas empresas como também as frustrações.
Para as empresas, que tanto sonham com profissionais comprometidos e engajados com seus resultados, ter um ambiente hostil é o mesmo que “dar um tiro no pé”, pois a ansiedade gerada é apenas o ponto de partida a um atalho que conduz ao tédio. A ansiedade e/ou os ataques de pânico, conduzem a um certo cansaço psicológico que plana sobre um sentimento de vazio e neutralidade perante tudo quanto rodeia o indivíduo.
O quadro pode agravar-se para a depressão, o mal do século e, em breve, a segunda doença em número de ocorrências em todo o mundo. É uma doença "do organismo como um todo", que compromete o físico, o humor e, em conseqüência, o pensamento. Como altera a maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida, pode-se dizer que altera, da mesma forma, a empresa onde trabalha. Ela traz muitas outras manifestações comportamentais que podem prejudicar o esforço pelos resultados empresariais, tais como “fracassomania”, inveja, oposição neurótica, estresse, paranóia, hostilidade, intolerância às críticas, necessidade de poder, inimizades, etc. Há, ainda, os “fantasmas” do corpo que tanto influenciam a auto-estima e a vaidade humana.
Não se pretende tomar por depressão qualquer sintoma conseqüente de dificuldades e frustrações do dia-a-dia, aos aborrecimentos a que todos estamos sujeitos ou as reações às queixas dos chefes sobre as performances dos funcionários. É uma doença afetiva (ou do humor), e não é, simplesmente, estar com "baixo astral" passageiro. Também não é sinal de fraqueza ou de falta de pensamentos positivos, mas as conseqüências podem ser muito negativas para as empresas, como alguns exemplos abaixo:
A auto-imagem e a auto-estima destas pessoas costumam estar francamente deterioradas a ponto de não se verem capazes de realizar suas tarefas ou novos desafios.
O paciente depressivo tende a isolar-se afetando a comunicação interna e a qualidade do trabalho em equipe.
A depressão pode evoluir para a síndrome de pânico ou outras fobias paralisando o funcionário nas situações de maior pressão.
O funcionário poderá apresentar transtorno somatomorfo, isto é, uma resposta emocional a uma vivência traumática que se caracteriza por um salto do psíquico para o orgânico, com predominância de queixas relacionadas aos órgãos e sistemas, como por exemplo, queixas cardiovasculares, digestivas, respiratórias, genito-urinárias, etc.; ou seja, manifestará no corpo, em forma de doenças, a ansiedade e/ou a depressão (ou outros transtornos "psis), podendo ser frequentemente afastado de suas atividades.
A ansiedade é um quadro que poderá evoluir para o consumo excessivo de álcool e/ou drogas.
Muitas vezes somam-se os sintomas de persecutoriedade, ou seja, de ser perseguido e isso pode alterar negativamente o clima entre os funcionários e gerar sérios conflitos individuais ou grupais.
Enfim, não apenas importante, é imprescindível que a empresa cuide da saúde psicológica de suas equipes de trabalho. Sentimentos como raiva, tristeza ou frustração, quando ignorados, podem drenar a vitalidade dos profissionais e minar a competitividade da empresa, logo, administrá-los é crítico para as empresas. Segundo Peter Frost, psicólogo sul-africano radicado nos EUA, “o sofrimento é um subproduto inevitável da rotina dos negócios.
Administrar mudanças, liderar projetos, criar produtos ou buscar resultados sempre levará os profissionais a algum nível de sofrimento. O problema existe quando as organizações não dão importância a essa questão e não criam formas de filtrar o sofrimento”. Portanto, em empresas problemáticas, eles se transformam num veneno que mina a auto-estima e afeta a confiança dos funcionários - neles próprios e na empresa, tendo como conseqüências, a perda de produtividade à debandada de talentos.
Paulo César T. Ribeiro - psicoterapeuta, consultor e palestrante
Desânimo com bula

A depressão é cada vez mais comum,mas ainda causa discriminação notrabalho e demissões


"O preconceito maior foi o meu próprio. Eu simplesmente não admitia ter passado para o outro lado."CECÍLIA TOLEDOEnfermeira e professora no Instituto de Psiquiatria do HC
Um profissional desmotivado, sem interesse por projeto algum, lento, dispersivo, mal-humorado com os colegas talvez não seja um mau profissional. Ele pode estar doente, com depressão. Veja esta breve lista de sintomas: fadiga aumentada, dificuldade de concentração, baixa auto-estima e autoconfiança, idéias de culpa, sensação de inutilidade, lentidão motora e de raciocínio. Agora imagine trabalhar com uma pessoa assim, ser subordinado ou chefe dela. "A pessoa deprimida fica estigmatizada como alguém que faz corpo mole, é baixo-astral e sem pique. Muitas vezes acaba por ser demitida ou é preterida nas promoções e isolada para não contaminar a equipe", afirma a psicóloga Débora Glina, professora de pós-graduação e consultora especializada em saúde do trabalhador.
A depressão é um problema comum. Segundo a Organização Mundial de Saúde, uma em cada cinco pessoas é, foi ou será afetada pela doença. Ela atinge especialmente quem está na faixa etária mais produtiva, dos 30 aos 40 anos. Atinge o doutor e a faxineira. A depressão é, em grande parte das vezes, temporária, e sempre tratável. Não há estudo científico nem caso clínico que digam o contrário. Apesar disso, a depressão ainda é envolta em uma aura de ignorância, segredos e medos. E em nenhum lugar isso é mais verdadeiro que no ambiente de trabalho.
Três vezes mais falta – Para um paciente psiquiátrico, encontrar e manter o emprego é um desafio. Numa pesquisa recente feita pela Fundação de Saúde Mental da Inglaterra, 47% das pessoas com distúrbios mentais disseram ter passado por discriminação no trabalho, e 55% esconderam o caso dos colegas. Num célebre estudo realizado em 1998, 200 profissionais de recursos humanos avaliaram o currículo de dois pretendentes a um alto cargo. Ambos os candidatos tinham experiência e formação equivalentes, mas um deles sofria de diabetes e o outro se recuperava de um período de depressão. O candidato com depressão foi considerado "significativamente menos empregável" que o com diabetes.
A paulista Renata Barros Lima formou-se em marketing, fez pós-graduação e com 27 anos, após três promoções em quatro anos, já ocupava um posto de chefia numa rede de lojas. Três meses depois de chegar ao topo, não se reconhecia mais profissionalmente. "Eu detectava um problema, irritava-me com ele, até chorava, mas era incapaz de reagir para corrigi-lo. Achava que não havia o que fazer com as coisas ruins, pois a tendência natural delas era piorar", conta. Renata só recebeu o diagnóstico de depressão quando já estava demitida. "Fiquei um mês sem sair de casa", lembra. Não se passaram três meses, porém, e ela já estava comandando uma nova equipe em outra empresa. "Eles sabiam da depressão, mas apostaram em meu currículo anterior", diz a moça.

Oscar Cabral
"Como uma pessoa com mestrado, como eu, não conseguia fazer um curso? A sensação de fracasso foi demais."FERNANDO TARTIN COSTAAssessor de informática da diretoria do IBGE
A companhia que demitiu Renata agiu de acordo com o padrão das empresas brasileiras quando o assunto é doença mental. A que a admitiu ainda sob tratamento é uma exceção, mas representa uma tendência. Nos Estados Unidos, 70% das empresas, segundo dados de uma pesquisa, reconhecem a importância de criar projetos de saúde corporativa que incluam distúrbios psíquicos. O governo americano estima que o país gaste 70 bilhões de dólares por ano com a perda de produtividade e despesas médicas provocadas pela depressão. Uma pessoa que sofre desse mal falta ao trabalho três vezes mais que um colega sem a doença. "No Brasil, a preocupação ainda não se traduz em investimento para mudar o problema", diz o médico João Figueiró, presidente do comitê de saúde da Câmara Americana de Comércio.
Tanque de roupas – "Quando a empresa oferece um acesso fácil com garantia de anonimato, o empregado busca apoio psiquiátrico mais rápido", afirma o médico do trabalho Ésio Carneiro. O anonimato é importante porque o preconceito existe também para o próprio paciente. "Eu simplesmente não admitia que pudesse ter passado para o outro lado", diz a enfermeira Cecília Toledo, que trabalha com pacientes com distúrbios mentais e dá aulas sobre o assunto no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Mesmo com todo o seu conhecimento, Cecília passou três anos dormindo e se alimentando mal, com preguiça e auto-estima zerada, até ter coragem de consultar um psiquiatra, que identificou nela depressão e síndrome do pânico. Até hoje, dez anos depois, e ainda usando medicamentos e fazendo terapia, ela jamais falou de seu problema para os companheiros de trabalho.
O assessor de informática da diretoria do IBGE, Fernando Robson Tartin Costa, sempre foi um viciado em trabalho, um perfeccionista. Em 1997, teve uma crise de depressão, mas só se deu conta dela quando, inscrito num curso, desistiu de acompanhá-lo. "A sensação de fracasso foi demais. Como uma pessoa com mestrado, como eu, não conseguia fazer um curso?", lembra. "Minha vida ficou uma droga quando me vi como um profissional que eu próprio não admirava." É por isso que a primeira reação de uma pessoa com problemas psíquicos é negar a doença. "Ela acha que tem uma fraqueza moral que deve ser enfrentada com força de vontade", afirma o psiquiatra Renério Fraguas Junior. "Não consegue", completa. Mas, para aceitar essa conclusão numa cultura em que reina o preconceito, em geral só passando pela doença. Meirylucy Porto e Celimar Reck trabalham juntas no departamento médico da sede dos Correios no Rio de Janeiro. Em momentos diferentes, tiveram depressão. Ao falar de preconceito, lembram o que elas próprias tinham antes de se tornar pacientes. "Várias vezes, quando uma funcionária vinha ao departamento pegar licença por causa de depressão, comentávamos entre nós: 'Um tanque de roupas para lavar resolveria o problema dela rapidinho'." Mudaram de opinião.

Recursos Desumanos
Uma pesquisa inglesa confirmou o preconceito contra pacientes com problemas mentais nas empresas
47% dos pacientes contou ter passado por discriminação no trabalho
55% esconderam a doença dos colegas
Fonte: Fundação de Saúde Mental da Inglaterra

Compulsão por doces na infância à depressão e ao alcoolismo

Estudo associa compulsão por doces na infância à depressão e ao alcoolismo



A maioria das crianças gosta de doces. Porém, aquelas que têm compulsão por balas, chocolates e por bebidas muito açucaradas podem estar com depressão e ter um maior risco de futuros problemas com o álcool, segundo especialistas americanos.
Em artigo publicado na revista Addiction, os pesquisadores revelam que um estudo com crianças com idades entre cinco e 12 anos mostrou que aquelas especialmente “viciadas” em gostos muito doces apresentavam, com maior frequência, sintomas de depressão e um familiar próximo com problema com o álcool.
No estudo, as crianças avaliadas - metade das quais tinha casos de alcoolismo na família - tiveram de experimentar cinco bebidas doces, contendo diferentes quantidades de açúcar. E as 37 que elegeram, como bebida preferida, a mais doce - contendo o equivalente a 14 colheres de chá de açúcar em uma xícara de água - apresentaram tanto sintomas de depressão como histórico familiar de dependência do álcool.
De acordo com os autores, porém, apesar de o gosto doce e o álcool provocarem muitos dos mesmos circuitos de recompensa do cérebro, e de serem necessários mais doces para fazer as crianças com depressão se sentirem melhor, ainda não está claro se a preferência por gostos muito doces está mais relacionado com mecanismos bioquímicos ou com a educação. Por isso, mais estudos são necessários para confirmação.
Mulheres que tomam bastante leite durante a gravidez podem estar protegendo seu filho contra o desenvolvimento futuro de esclerose múltipla - doença do sistema nervoso caracterizada por déficit neurológico, dormência, perda de visão e, em alguns casos, paralisia. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, com 35 mil enfermeiras e suas mães.
De acordo com os autores, há crescente evidência indicando que o consumo de vitamina D - cuja presença é obrigatória na fórmula dos leites comercializados nos EUA - pode reduzir o risco de esclerose múltipla. E o novo estudo indica que essa proteção pode começar ainda no útero. “O risco de esclerose múltipla entre as filhas cujas mães consumiram quatro copos de leite por dia era 56% menor do que as filhas cujas mães consumiam menos de três copos de leite por mês”, destacou o pesquisador Fariba Mirzaei.
Além disso, a pesquisa indicou um papel da vitamina D nessa proteção. As voluntárias cujas mães eram o quinto da amostra que consumia mais vitamina D durante a gestação tinham 45% menos chances de ter esclerose múltipla do que as voluntárias cujas mães eram o quinto da amostra que consumia menor quantidade do nutriente na gravidez.
O estudo, porém, não explica o papel do nutriente - presente naturalmente no salmão, e cuja fonte principal é a luz do sol - na proteção contra a doença.

FONTE: http://www.uniad.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3100:estudo-associa-compulsao-por-doces-na-infancia-a-depressao-e-ao-alcoolismo&catid=29:dependencia-quimica-noticias&Itemid=94

A VERGONHA DOS USADOS:


“Freqüentemente amamos as coisas e usamos as pessoas, quando deveríamos amar as pessoas e usar as coisas."

Certo dia, ao voltar com minha filha da terapia, avistei uma poltrona na calçada. Apenas mais um desses trecos que nós "humanos", atiramos por aí. Pensei com meus botões: "Seus pés devem ser de imbuia e perfeitos para reapreveitar para pés de um aparadouro". Mas minha vergonha não me permitiu recuperá-lo de seu abandono impróprio. Mas na calada da noite...
Bem, poderia estar diante de um filme cujo nome seria:"A vida é Bela ", se esta fosse a minha verdadeira vergonha. Poderia ser oriunda de minhas origens: Há nordestina! Descendente de escravos! O que poderia se esperar de quem cresceu à margem do Rio Canha? Viu só? Seriam todos problemas umbigais. Neste contexto, bastaria um decreto do ministério da saúde: "Senhores obstetras...!".Nos últimos tempos tenho me sentido oprimida, mal atendida pela instituição de ensino superior na qual confiei o meu intelecto e desreipetada em meu direito de consumiradora e cidadã pagadora de impostos por parte do Estado. Mas, essencialmente, sinto dor e vergonha. Dor por saber que não se pode confiar na condição ética das pessoas que deveriam prestar-lhe serviços de qualidade. Aliás, Alfred Sloan te paga prá quê? Ou, são bonzinhos e trabalham de graça? Adaptaram-se à condiçao? Estariam gozando nela? Combinam-se? Não tá feliz aí? Vá pescar!VergonhaEscute aqui, políticos trabalham de graça? Uma empresa faz recrutamento, seleção, processo de adaptação ao clima organizacional, avaliação de desenpenho e, se for o caso, justa-causa. E lá, como é?Você tem sede de que?Que bom se minha vergonha fosse assim ... de políticos.Vergonha só de políticos? Acreditem !Tenho sentido vergonha de ser gente! Considero inaceitável o que vi. Esse pessoal das leis usando pessoas para alcançar seus objetivos tribunais-bolsais. Ainda tem aquelas consultorias mussificadas e kinadas. Alimentam o caus da sociedade em detrimento do seu acalento. Escute aqui! Olha lá fora! Confira bem! Você já ergueu o muro da sua casa? E câmara? Colocou? Ainda não? Há Mané! Então você não sabe que o feitiço virar contra o feiticeiro é questão de dias. Espere prá ver! Sim. Todos somos vítimas deste modelo de visão não sistêmico que vivemos. Não adianta levar vantagem. Bem, compre um carrão. Coloque vidro blindado. E seus filhos? Mande estudar no exterior. Tudo resolvido.Pouco conteúdo? É. Mas não derrete conforme o dolé. Aliás, peraí, eu tenho mais o que fazer, vou terminar de tirar o pé daquela poltrona. Daqui pouco vão dizer que sou esquizofrêmica.
Será que não? Pergunte pro  Dupinel lá no do planeta júpiter.
Quer o atestado antes?
Da patologia? Não. Este:"Amamos as coisas e usamos as pessoas".

Veja: A história das coisas: http://www.youtube.com/watch?v=lgmTfPzLl4E . Este vídeo mostra os problema...s sociais...... e ambientais criados como consequência do nosso hábito consumista, apresenta os problemas deste sistema e mostra como podemos revertê-lo, porque não foi sempre assim. ...


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O caos educacional e a Fábrica de maus professores

Dondé?

A desordem moral e a desmotivação na escola


"Já se pode prever, num futuro não tão longínquo, um autêntico “caos educacional”. João Malheiro

A desordem moral é hoje uma das fontes importantes da desmotivação no ensino/aprendizagem no ambiente escolar. Esta foi uma das principais conclusões tiradas durante a defesa de tese de doutorado que fiz há alguns dias, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Depois de longo estudo teórico sobre a motivação no ensino-aprendizagem, além de outro em paralelo sobre ética e a vivência das virtudes, pude inferir que o desenvolvimento harmônico das virtudes morais é, de fato, fonte de motivação. Que o desenvolvimento equilibrado das potências humanas – inteligência, vontade e afetividade – por meio do crescimento sistemático e seqüencial das virtudes da temperança, fortaleza, justiça e prudência, numa perspectiva aristotélica, gerará uma maturidade ética nos alunos favorecendo-lhes uma motivação correta – a que busca os verdadeiros valores e não os desvalores ou antivalores que muitos jovens buscam sem saber – e uma motivação completa: a que abarca a extrínseca, a intrínseca e a transcendental.
Depois dessa fase de pesquisa teórica, investiguei a ressonância que essa hipótese encontrava nos atores da educação. Num primeiro momento, em um campo de estudo composto pelos alunos de uma escola de preparação de professores do ensino fundamental do Rio de Janeiro, examinei durante um ano e meio se os pesquisados estariam eventualmente dispostos a mudar seu comportamento e a aprender a vivência das virtudes a partir das intervenções éticas dos professores no ambiente escolar. Os resultados foram surpreendentes, demonstrando que os discentes estão desejosos de orientação ética, apesar das dificuldades representadas pela ausência da família e pela a pressão negativa exercida por certos meios de comunicação. Num segundo momento, aprofundando mais em quatro escolas de formação de professores para o ensino fundamental do estado do Rio de Janeiro, por meio de entrevistas a cinqüenta professores, foi constatado que sua grande maioria preocupa-se hoje fortemente em (re)aprender ética desejando em seguida compensar nos alunos a ausência dessa formação que deveriam ter recebido no seio familiar.
Concluiu-se que, para a imensa maioria dos professores, é esta a principal motivação que ainda os sustenta a suportarem tanta desconsideração e pouco reconhecimento social. Por outro lado, ficou evidente que esta motivação transcendental dos professores em ensinar as virtudes está sendo enfraquecida pelos inúmeros fatores geradores de desmotivação extrínseca – baixos salários, pouco reconhecimento social e ausência consistente de plano de carreira – e de desmotivação intrínseca (falta de tempo e interesse em atualizar-se profissionalmente) a que estão submetidos.
Já se pode prever, num futuro não tão longínquo, um autêntico “caos educacional” caso não surjam medidas que favoreçam melhores salários e um maior reconhecimento social desta classe, pois, com o tempo, cada vez mais deixarão de existir professores dispostos a um verdadeiro martírio que sofrem hoje nas escolas. Ou então, um caos que existirá porque o sistema educacional só conseguirá atrair aqueles que não têm as mínimas condições para exercer uma profissão que exija maior capacidade.

Fábrica de maus professores

Meu comentário: o que podemos esperar de uma educação que despreza o tempo de preparação dos profissionais em educação, menosprezando a prática didática em nome da enganação de jargões sociológicos e pseudo-cientistas? o que esperar de um país que aprova cursos de graduação e licenciatura em Pedagogia, à distância e em menos de 2 anos? O que podemos fazer para contornar? Uma revolução nos processos de ensino dos cursos de Pedagogia e formação de professores, extinguindo a preguiça de lecionar, principal causa do caos educacional em nosso país.


Semíramis AlencarArquivo copiado do site da Revista


Veja Entrevista: Eunice Durham


Fábrica de maus professores

Eunice Durham uma das maiores especialistas em ensino superior brasileiro, a antropóloga não tem dúvida: os cursos de pedagogia perpetuam o péssimo ensino nas escolasMonica Weinberg e Edu Lopes"Os cursos de pedagogia desprezam a prática da sala de aula e supervalorizam teorias supostamente mais nobres. Os alunos saem de lá sem saber ensinar" Hoje há poucos estudiosos empenhados em produzir pesquisa de bom nível sobre a universidade brasileira. Entre eles, a antropóloga Eunice Durham, 75 anos, vinte dos quais dedicados ao tema, tem o mérito de tratar do assunto com rara objetividade. Seu trabalho representa um avanço, também, porque mostra, com clareza, como as universidades têm relação direta com a má qualidade do ensino oferecido nas escolas do país. Ela diz: "Os cursos de pedagogia são incapazes de formar bons professores". Ex-secretária de política educacional do Ministério da Educação (MEC) no governo Fernando Henrique, Eunice é do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas, da Universidade de São Paulo – onde ingressou como professora há cinqüenta anos.Sua pesquisa mostra que as faculdades de pedagogia estão na raiz do mau ensino nas escolas brasileiras. Como?As faculdades de pedagogia formam professores incapazes de fazer o básico, entrar na sala de aula e ensinar a matéria. Mais grave ainda, muitos desses profissionais revelam limitações elementares: não conseguem escrever sem cometer erros de ortografia simples nem expor conceitos científicos de média complexidade. Chegam aos cursos de pedagogia com deficiências pedestres e saem de lá sem ter se livrado delas. Minha pesquisa aponta as causas. A primeira, sem dúvida, é a mentalidade da universidade, que supervaloriza a teoria e menospreza a prática. Segundo essa corrente acadêmica em vigor, o trabalho concreto em sala de aula é inferior a reflexões supostamente mais nobres. Essa filosofia é assumida abertamente pelas faculdades de pedagogia?O objetivo declarado dos cursos é ensinar os candidatos a professor a aplicar conhecimentos filosóficos, antropológicos, históricos e econômicos à educação. Pretensão alheia às necessidades reais das escolas – e absurda diante de estudantes universitários tão pouco escolarizados.O que, exatamente, se ensina aos futuros professores?Fiz uma análise detalhada das diretrizes oficiais para os cursos de pedagogia. Ali é possível constatar, com números, o que já se observa na prática. Entre catorze artigos, catorze parágrafos e 38 incisos, apenas dois itens se referem ao trabalho do professor em sala de aula. Esse parece um assunto secundário, menos relevante do que a ideologia atrasada que domina as faculdades de pedagogia.Como essa ideologia se manifesta?Por exemplo, na bibliografia adotada nesses cursos, circunscrita a autores da esquerda pedagógica. Eles confundem pensamento crítico com falar mal do governo ou do capitalismo. Não passam de manuais com uma visão simplificada, e por vezes preconceituosa, do mundo. O mesmo tom aparece nos programas dos cursos, que eu ajudo a analisar no Conselho Nacional de Educação. Perdi as contas de quantas vezes estive diante da palavra dialética, que, não há dúvida, a maioria das pessoas inclui sem saber do que se trata. Em vez de aprenderem a dar aula, os aspirantes a professor são expostos a uma coleção de jargões. Tudo precisa ser democrático, participativo, dialógico e, naturalmente, decidido em assembléia. Quais os efeitos disso na escola?Quando chegam às escolas para ensinar, muitos dos novatos apenas repetem esses bordões. Eles não sabem nem como começar a executar suas tarefas mais básicas. A situação se agrava com o fato de os professores, de modo geral, não admitirem o óbvio: o ensino no Brasil é ainda tão ruim, em parte, porque eles próprios não estão preparados para desempenhar a função.Por que os professores são tão pouco autocríticos?Eles são corporativistas ao extremo. Podem até estar cientes do baixo nível do ensino no país, mas costumam atribuir o fiasco a fatores externos, como o fato de o governo não lhes prover a formação necessária e de eles ganharem pouco. É um cenário preocupante. Os professores se eximem da culpa pelo mau ensino – e, conseqüentemente, da responsabilidade. Nos sindicatos, todo esse corporativismo se exacerba. Como os sindicatos prejudicam a sala de aula?Está suficientemente claro que a ação fundamental desses movimentos é garantir direitos corporativos, e não o bom ensino. Entenda-se por isso: lutar por greves, aumentos de salário e faltas ao trabalho sem nenhuma espécie de punição. O absenteísmo dos professores é, afinal, uma das pragas da escola pública brasileira. O índice de ausências é escandaloso. Um professor falta, em média, um mês de trabalho por ano e, o pior, não perde um centavo por isso. Cenário de atraso num país em que é urgente fazer a educação avançar. Combater o corporativismo dos professores e aprimorar os cursos de pedagogia, portanto, são duas medidas essenciais à melhora dos indicadores de ensino. A senhora estende suas críticas ao restante da universidade pública?Há dois fenômenos distintos nas instituições públicas. O primeiro é o dos cursos de pós-graduação nas áreas de ciências exatas, que, embora ainda atrás daqueles oferecidos em países desenvolvidos, estão sendo capazes de fazer o que é esperado deles: absorver novos conhecimentos, conseguir aplicá-los e contribuir para sua evolução. Nessas áreas, começa a surgir uma relação mais estreita entre as universidades e o mercado de trabalho. Algo que, segundo já foi suficientemente mensurado, é necessário ao avanço de qualquer país. A outra realidade da universidade pública a que me refiro é a das ciências humanas. Área que hoje, no Brasil, está prejudicada pela ideologia e pelo excesso de críticas vazias. Nada disso contribui para elevar o nível da pesquisa acadêmica. Um estudo da OCDE (organização que reúne os países mais industrializados) mostra que o custo de um universitário no Brasil está entre os mais altos do mundo – e o país responde por apenas 2% das citações nas melhores revistas científicas. Como a senhora explica essa ineficiência?Sem dúvida, poderíamos fazer o mesmo, ou mais, sem consumir tanto dinheiro do governo. O problema é que as universidades públicas brasileiras são pessimamente administradas. Sua versão de democracia, profundamente assembleísta, só ajuda a aumentar a burocracia e os gastos públicos. Essa é uma situação que piorou, sobretudo, no período de abertura política, na década de 80, quando, na universidade, democratização se tornou sinônimo de formação de conselhos e multiplicação de instâncias. Na prática, tantas são as alçadas e as exigências burocráticas que, parece inverossímil, um pesquisador com uma boa quantia de dinheiro na mão passa mais tempo envolvido com prestação de contas do que com sua investigação científica. Para agravar a situação, os maus profissionais não podem ser demitidos. Defino a universidade pública como a antítese de uma empresa bem montada. Muita gente defende a expansão das universidades públicas. E a senhora?Sou contra. Nos países onde o ensino superior funciona, apenas um grupo reduzido de instituições concentra a maior parte da pesquisa acadêmica, e as demais miram, basicamente, os cursos de graduação. O Brasil, ao contrário, sempre volta à idéia de expandir esse modelo de universidade. É um erro. Estou convicta de que já temos faculdades públicas em número suficiente para atender aqueles alunos que podem de fato vir a se tornar Ph.Ds. ou profissionais altamente qualificados. Estes são, naturalmente, uma minoria. Isso não tem nada a ver com o fato de o Brasil ser uma nação em desenvolvimento. É exatamente assim nos outros países.As faculdades particulares são uma boa opção para os outros estudantes?Freqüentemente, não. Aqui vale a pena chamar a atenção para um ponto: os cursos técnicos de ensino superior, ainda desconhecidos da maioria dos brasileiros, formam gente mais capacitada para o mercado de trabalho do que uma faculdade particular de ensino ruim. Esses cursos são mais curtos e menos pretensiosos, mas conseguem algo que muita universidade não faz: preparar para o mercado de trabalho. É estranho como, no meio acadêmico, uma formação voltada para as necessidades das empresas ainda soa como pecado. As universidades dizem, sem nenhum constrangimento, preferir "formar cidadãos". Cabe perguntar: o que o cidadão vai fazer da vida se ele não puder se inserir no mercado de trabalho? Nos Estados Unidos, cerca de 60% dos alunos freqüentam essas escolas técnicas. No Brasil, são apenas 9%. Por quê?Sempre houve preconceito no Brasil em relação a qualquer coisa que lembrasse o trabalho manual, caso desses cursos. Vejo, no entanto, uma melhora no conceito que se tem das escolas técnicas, o que se manifesta no aumento da procura. O fato concreto é que elas têm conseguido se adaptar às demandas reais da economia. Daí 95% das pessoas, em média, saírem formadas com emprego garantido. O mercado, afinal, não precisa apenas de pessoas pós-graduadas em letras que sejam peritas em crítica literária ou de estatísticos aptos a desenvolver grandes sistemas. É simples, mas só o Brasil, vítima de certa arrogância, parece ainda não ter entendido a lição. Faculdades particulares de baixa qualidade são, então, pura perda de tempo?Essas faculdades têm o foco nos estudantes menos escolarizados – daí serem tão ineficientes. O objetivo número 1 é manter o aluno pagante. Que ninguém espere entrar numa faculdade de mau ensino e concorrer a um bom emprego, porque o mercado brasileiro já sabe discernir as coisas. É notório que tais instituições formam os piores estudantes para se prestar às ocupações mais medíocres. Mas cabe observar que, mesmo mal formados, esses jovens levam vantagem sobre os outros que jamais pisaram numa universidade, ainda que tenham aprendido muito pouco em sala de aula. A lógica é típica de países em desenvolvimento, como o Brasil.Por que num país em desenvolvimento o diploma universitário, mesmo sendo de um curso ruim, tem tanto valor?No Brasil, ao contrário do que ocorre em nações mais ricas, o diploma de ensino superior possui um valor independente da qualidade. Quem tem vale mais no mercado. É a realidade de um país onde a maioria dos jovens está ainda fora da universidade e o diploma ganha peso pela raridade. Numa seleção de emprego, entre dois candidatos parecidos, uma empresa vai dar preferência, naturalmente, ao que conseguiu chegar ao ensino superior. Mas é preciso que se repita: eles servirão a uma classe de empregos bem medíocres – jamais estarão na disputa pelas melhores vagas ofertadas no mercado de trabalho. A tendência é que o mercado se encarregue de eliminar as faculdades ruins?A experiência mostra que, conforme a população se torna mais escolarizada e o mercado de trabalho mais exigente, as faculdades ruins passam a ser menos procuradas e uma parte delas acaba desaparecendo do mapa. Isso já foi comprovado num levantamento feito com base no antigo Provão. Ao jogar luz nas instituições que haviam acumulado notas vermelhas, o exame contribuiu decisivamente para o seu fracasso. O fato de o MEC intervir num curso que, testado mais de uma vez, não apresente sinais de melhora também é uma medida sensata. O mau ensino, afinal, é um grande desserviço. A senhora fecharia as faculdades de pedagogia se pudesse?Acho que elas precisam ser inteiramente reformuladas. Repensadas do zero mesmo. Não é preciso ir tão longe para entender por quê. Basta consultar os rankings internacionais de ensino. Neles, o Brasil chama atenção por uma razão para lá de negativa. Está sempre entre os piores países do mundo em educação.



http://veja.abril.com.br/261108/entrevista.shtml



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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A DIVERSIDADE HUMANA



“Não desejo suscitar convicções, o que desejo é estimular o pensamento e derrubar preconceitos.” Freud

"... Ah, o diferente, esse ser especial!
Pensar é esquecer difrenças, é generalizar, abstrair.

1. O olhar da psicologia


Define-se o ser humano como sendo um ser complexo dotado de bastantes capacidades, contudo e apesar de sermos “idênticos” em muitos aspectos, em muitos mais somos distintos pois existe no ser humano uma diversidade a nível biológico, cultural e individual.Somos biologicamente diferentes uns dos outros porque temos um genoma que varia de pessoa para pessoa (exceto em gêmeos homozigoticos, que são aqueles que resultam do desdobramento do ovo). A passagem da informação genética dá-se de pais para filhos e os agentes responsáveis são efetivamente, cromossomas (longos filamentos enrolados, constituídos quimicamente por ADN), genes (segmento de um cromossoma a que corresponde um código genético) e ADN (ácido desoxirribonucléico, constituído por duas cadeias enroladas que são compostas por quatro bases azotadas, a timina, a guanina, a citosina e a adenina).Por conseguinte podemos afirmar que a informação genética transmitida vai ser diferente em todos os seres vivos, exceto o caso que já mencionei e por tal somos todos geneticamente diferentes uns dos outros.O ser humano é também diferente no que se relaciona com o seu cérebro. Os nossos cérebros são fisicamente diferentes uns dos outros, no entanto o processo de individuação ultrapassa as definições genéticas, porque as experiências vividas pelos indivíduos desde as intra-uterinas como ao longo da sua vida marcam as estruturas do cérebro, fornecendo assim a singularidade. Podemos também dizer que somos dotados de uma diversidade cultural, sem a cultura, sem as possibilidades de desenvolvimento que nos proporciona crescer num contexto cultural particular, seríamos seres incompletos, inacabados. Nascemos, crescemos e vivemos em contextos socioculturais muito variados. É nestes que se desenvolvem, em interação uns com os outros e com os diferentes ambientes e situações a aprender, a capacidade de criar e de transformar subjacente ao processo de adaptação. O processo de integração numa sociedade e cultura particular, indispensável para todos nós, faz com que a diversidade cultural, dos contextos socioculturais onde nos inscrevemos, se traduza em formas distintas de estar, pensar, de ser e de nos comportarmos.Por último e, na minha opinião, o mais importante é a nossa diversidade a nível individual. Sobre isto nós responderíamos, à priori, que sim, que todos somos diferentes e no que diz respeito ao foro pessoal a diversidade ainda se torna mais visível, mas, o que maior parte de nós não tem noção sequer é que é essa mesma diversidade que se torna muito importante para a nossa adaptação e para o respeito e compreensão que devemos ter pela diferença.Nós somos seres autónomos e auto-determinados, porque somos capazes de escapar tanto a uma determinação biológica como a uma determinação sociocultural. A influência das práticas e dos significados socioculturais interage com a singularidade do nosso corpo, do nosso ponto de vista e da nossa experiência do mundo. É nesta dimensão pessoal, que é construída sempre com referência a um certo contexto, que se enquadram os significados e valores que atribuímos às pessoas e às coisas.Então, e por tudo isto que mencionei, somos diferentes sim e a vários níveis como é perceptível, mas, agora a pergunta que paira na cabeça das pessoas é: “Qual a importância e as respectivas vantagens da diversidade humana?”Ora bem, sermos diferentes traz vantagens inerentes sendo uma delas a aceitação pelo o que é diferente, nem sempre isto acontece, é verdade, mas pelo menos deveria acontecer. O que eu quero com isto dizer é que, ao vermos as diferenças entre nós passamos a estar mais aptos para aceitá-las, respeitá-las porque, como todos nós bem sabemos, existem determinados grupos, minorias como imigrantes, homossexuais, pobres que são alvo de desrespeito pela diferença. Agora as coisas são diferentes, não quero com isto dizer que agora já não há qualquer tipo de desrespeito, porque há, mas é menor. São cada vez mais comuns os estudos e os textos científicos onde se procura incluir saber sobre populações diversas, mas não basta incluir a diversidade nos estudos porque é preciso que estes sejam sensíveis à população que estudam e que evitem formas de “imperialismo cultural”, onde é imposta uma visão estranha a essa população.Para desenvolvermos as nossas capacidades e potencialidades enquanto seres humanos autónomos e livres, necessitamos de crescer e de viver em meios que nos permitam exercer e praticar essas capacidades de autonomia e de liberdade; precisamos de nos sentir apoiados e desfiados, compreendidos e respeitados. Por tal, outra vantagem da diversidade humana é mesmo tornar um mundo mais justo e igual, sendo esta última palavra que mencionei estranha, pois pessoas diferentes e mundo igual será incompatível, pensam muitos, mas não, porque é com essas diferenças todas juntas, com a sua aceitação, respeito, compreensão e aprendizagem através das mesmas que nós conseguimos viver melhor numa sociedade integrante. Quanto mais forem as diferenças mais são os valores por nós adquiridos através delas, maior vai ser a nossa capacidade de aprender e interiorizar o conceito de justiça.O problema não está nas diferenças entre cada um de nós mas sim na incapacidade que, muitas vezes temos, em torná-las semelhanças.

Fonte: http://psicob.blogspot.com/2008/01/diversidade-humana.html


2. A ALMA DOS DIFERENTES (Artur da Távola)


"... Ah, o diferente, esse ser especial!

Diferente não é quem pretenda ser. Esse é um imitador do que ainda não foi imitado, nunca um ser diferente.
Diferente é quem foi dotado de alguns mais e de alguns menos em hora, momento e lugar errados para os outros. Que riem de inveja de não serem assim. E de medo de não agüentar, caso um dia venham, a ser. O diferente é um ser sempre mais próximo da perfeição.
O diferente nunca é um chato. Mas é sempre confundido por pessoas menos sensíveis e avisadas. Supondo encontrar um chato onde está um diferente, talentos são rechaçados; vitórias, adiadas; esperanças, mortas. Um diferente medroso, este sim, acaba transformando-se num chato. Chato é um diferente que não vingou.
Os diferentes muito inteligentes percebem porque os outros não os entendem. Os diferentes raivosos acabam tendo razão sozinhos, contra o mundo inteiro. Diferente que se preza entende o porque de quem o agride. Se o diferente se mediocrizar, mergulhará no complexo de inferioridade.
O diferente paga sempre o preço de estar - mesmo sem querer - alterando algo, ameaçando rebanhos, carneiros e pastores. O diferente suporta e digere a ira do irremediavelmente igual: a inveja do comum; o ódio do mediano. O verdadeiro diferente sabe que nunca tem razão, mas que está sempre certo.
O diferente começa a sofrer cedo, já no primário, onde os demais de mãos dadas, e até mesmo alguns adultos por omissão, se unem para transformar o que é peculiaridade e potencial em aleijão e caricatura. O que é percepção aguçada em: "Puxa, fulano, como você é complicado". O que é o embrião de um estilo próprio em: “Você não está vendo como todo mundo faz?"
O diferente carrega desde cedo apelidos e marcações os quais acaba incorporando. Só os diferentes mais fortes do que o mundo se transformaram (e se transformam) nos seus grandes modificadores.
Diferente é o que vê mais longe do que o consenso. O que sente antes mesmo dos demais começarem a perceber. Diferente é o que se emociona enquanto todos em torno agridem e gargalham. É o que engorda mais um pouco; chora onde outros xingam; estuda onde outros burram. Quer onde outros cansam. Espera de onde já não vem. Sonha entre realistas. Concretiza entre sonhadores. Fala de leite em reunião de bêbados. Cria onde o hábito rotiniza. Sofre onde os outros ganham.
Diferente é o que fica doendo onde a alegria impera. Aceita empregos que ninguém supõe. Perde horas em coisas que só ele sabe importantes. Engorda onde não deve. Diz sempre na hora de calar. Cala nas horas erradas. Não desiste de lutar pela harmonia. Fala de amor no meio da guerra. Deixa o adversário fazer o gol, porque gosta mais de jogar do que de ganhar. Ele aprendeu a superar riso, deboche, escárnio, e consciência dolorosa de que a média é má porque é igual.
Os diferentes aí estão: enfermos, paralíticos, machucados, engordados, magros demais, inteligentes em excesso, bons demais para aquele cargo, excepcionais, narigudos, barrigudos, joelhudos, de pé grande, de roupas erradas, cheios de espinhas, de mumunha, de malícia ou de baba. Aí estão, doendo e doendo, mas procurando ser, conseguindo ser, sendo muito mais.
A alma dos diferentes é feita de uma luz além. Sua estrela tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os pouco capazes de os sentir e entender. Nessas moradas estão tesouros da ternura humana. De que só os diferentes são capazes.
Não mexa com o amor de um diferente. A menos que você seja suficientemente forte para suportá-lo depois.


3. FÁBULA: A ROSA E O SAPO.

"Era uma vez uma rosa muito bonita, que se sentia envaidecida ao saber que era a mais linda do jardim. Mas começou a perceber que as pessoas somente a observavam de longe. Acabou se dando conta de que, ao seu lado, sempre havia um sapo grande, e esta era a razão pela qual ninguém se aproximava dela.Indignada diante da descoberta, ordenou ao sapo que se afastasse dela imediatamente.O sapo, muito humildemente, disse:- Está bem, se é assim que você quer...Algum tempo depois o sapo passou por onde estava a rosa, e se surpreendeu ao vê-la murcha, sem folhas nem pétalas.Penalizado, disse a ela:- Que coisa horrível, o que aconteceu com você?A rosa respondeu:- É que, desde que você foi embora, as formigas me comeram dia a dia, e agora nunca voltarei a ser o que era.O sapo respondeu:- Quando eu estava por aqui, comia todas as formigas que se aproximavam de ti.Por isso é que eras a mais bonita do jardim...
Muitas vezes desvalorizamos os outros por crermos que somos superiores a eles, mais "bonitos", de mais valor, ou que eles não nos servem para nada. Deus não fez ninguém para "sobrar" neste mundo. Todos têm algo a aprender com outros ou a ensinar a eles, e ninguém deve desvalorizar a ninguém. Pode ser que uma destas pessoas, a quem não damos valor, nos faça um bem que nem mesmo nós percebemos. E, além das pessoas, podemos falar também dos fatos de nossa vida. Se pararmos para rever nossa história, compreenderemos que muitas de nossas tristezas foram o primeiro passo para alegrias que jamais poderíamos imaginar. Ideologia é dogma, convencimento sem inteligência; ciência é ceticismo, dúvida, aplicação de todos os recursos lógicos ao alcance da condição humana.

Fonte: http://alevilla.blog.uol.com.br/

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

SOBERBA E MANDONA

A soberba

É difícil vencer a soberba?
Só a casca que é dura!
Mas também, o caminhão do lixo belém-belém. Eu pensando que era a Rede Globo: plim-plim!
Na sala, você tem o perfil, você tem o perfil!
Deu nisso: "A soberba"!

Soberba: a cultura do ego
Quem pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo
A soberba é o pior de todos os pecados capitais. É o que levou os anjos maus a se rebelarem contra Deus e Adão e Eva à desobediência e ao pecado original. Alguém disse que o orgulho é tão enraizado em nós, por causa do pecado original, que “só morre meia hora depois do dono”. Por outro lado, por ser o oposto da soberba, a humildade é a grande virtude, a que mais caracterizou o próprio Jesus: “Manso e humilde de coração” (cf. Mt 11,29) e também marcou a vida da Virgem Maria: “A serva do Senhor” (cf. Lc 1, 38), assim como a de São José e de todos os santos da Igreja.
São Vicente de Paulo ensinava seus filhos que o demônio não pode nada contra uma alma humilde, uma vez que sendo ele soberbo, não sabe se defender contra a humildade. Por isso, com essa arma ele [maligno] foi vencido por Nosso Senhor Jesus Cristo, pela Santíssima Virgem Maria, pelo glorioso São José, São Miguel e os demais santos.
A soberba consiste na pessoa sentir-se como se fosse a “fonte” dos seus próprios bens materiais e espirituais. Acha-se cheia de si mesma e se esquece de que tudo vem de Deus e é dom do alto, como disse São Tiago: “Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes” (Tg 1,17).
O soberbo se esquece de que é uma simples criatura, que saiu do nada pelo amor e chamado de Deus, e que, portanto, d'Ele depende em tudo. Como disse Santa Catarina de Sena, ele “rouba a glória de Deus”, pois quer para si as homenagens e os aplausos que pertencem só ao Senhor. São Paulo lembra aos coríntios que: “Nossa capacidade vem de Deus” (II Cor 3,5). Aos romanos ele afirma: “Não façam de si próprios uma opinião maior do que convém, mas um conceito razoavelmente modesto” (Rm 12,3). E “Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisas modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos” (Rm 12,16). Aos gálatas, o Apóstolo dos gentios declara: “Quem pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo” (Gl 6, 3).
A soberba tem muitos filhos: o orgulho, a vaidade, a vanglória, a arrogância, a prepotência, a presunção, a auto-suficiência, o amor-próprio, o exibicionismo, o egocentrismo, a egolatria, etc. Podemos dizer que ela é a “cultura do ego”. Você já reparou quantas vezes por dia dizemos a palavra “eu”? “Eu vou”, “Eu acho, “Eu penso que…”, “Mas eu prefiro…”, etc.. A luta do cristão é para que essa “força” puxe-o para Deus e não para o ego. Jesus, nosso Modelo, disse: “Não busco a minha glória” (Jo 8,50). São Paulo insistia no mesmo ponto: “É porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar os homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Deus” (Gl 1,10).
A soberba é o oposto da humildade; essa palavra vem de “húmus”, aquilo que se acha na terra, pó. O humilde é aquele que reconhece o seu “nada”, embora seja a mais bela obra de Deus sobre a terra, a glória d'Ele, como afirma santo Irineu no século II. São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja, no século V, disse que: “Toda a vitória do Salvador, dominando o demônio e o mundo, foi iniciada na humildade e consumada na humildade!”.
Adão e Eva, sendo criaturas, quiseram “ser como deuses” (cf. Gen 3,5); Jesus, sendo Deus, fez-se criatura. Da manjedoura à cruz do Calvário, toda a vida de Cristo foi vivida na humildade e na humilhação. Por isso, Ele afirmou que no Reino de Deus os últimos serão os primeiros e quem se exaltar será humilhado. Façamos como Santa Teresinha que procurava o último lugar…
Oração Diante das Tentações
Mãe querida, acolhe-me em teu regaço, cobre-me com teu manto protetor e, com esse doce carinho que tens por teus filhos afasta de mim as ciladas do inimigo, e intercede intensamente para impedir que suas astúcias me façam cair. A ti me confio e em tua intercessão espero. Amém.
Conte com as minhas orações.Padre Luizinho
Fonte: Site da Comunidade Canção Nova











terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Grandes líderes têm boa visão periférica

Paul Schoemaker




Visão periférica é tão importante quanto o foco. É na periferia que grandes movimentos de mercado têm início, e eles podem trazer importantes rupturas.
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Decida com perguntas e criatividade
Paul Schoemaker salientou, na segunda parte de sua apresentação a importância de não deixarmos que o foco prejudique nossa visão estratégica. As pessoas com boa visão periférica ouvem e procuram o inesperado. “É preciso que sejamos como um farol que gira para todos os lados.”
“Nas organizações, há muitas pessoas com foco, mas não há muitas que detectem os movimentos na periferia”, constata o professor. É a periferia, contudo, que mais preocupa os grandes presidentes de empresas. Jean-Pierre Garnier, CEO da GlaxoSmithKline, é um exemplo. Ele se preocupa mais com o que não vê precocemente e afirma que a visão periférica foca o maior perigo, que é a ameaça do colapso do seu modelo de negócio.
Andy Grove, ex-CEO da Intel, segue a mesma linha. Ele diz: “Quando chega a primavera, a neve derrete primeiro nas bordas, pois é onde está mais exposta”. Assim, Grove reconhece a importância de detectar, por exemplo, novos concorrentes, novas regulamentações, novos modelos de negócios e clientes com desejos diferentes. “É na periferia, que a neve começa a derreter. Se você só olhar os clientes principais, detectará os problemas apenas quando já for tarde demais”.
O caso da Shell
Para exemplificar um caso em que a visão periférica não foi bem explorada, levando a negociações insatisfatórias, Schoemaker cita o caso ocorrido com a Shell, que decidiu desativar uma plataforma de petróleo da Europa (a Bret Spar, com 137 metros de altura e 14,5 mil toneladas) em setembro de 1991, e se viu diante de três opções decisórias. A primeira, menos onerosa e perigosa para o ambiente e os funcionários, era deixá-la afundar. A segunda, mais cara e arriscada, era desmontá-la e trazê-la à terra seria. A terceira, também mais onerosa, era rebocá-la até terra firme e, então, desmontá-la.
De todas as entidades e governos relacionados à questão, apenas o Greenpeace se manifestou contra, porque considerava que o oceano estava sendo usado como uma lata de lixo e não confiava na Shell. Queria que a plataforma fosse levada para terra firme. A Shell era conhecida por ter os melhores cientistas e engenheiros, que preponderavam nos altos escalões administrativos da empresa e decidiram não seguir a recomendação do Greenpeace e afundar a plataforma.
“A Shell esperava que o Greenpeace fosse deixar a plataforma onde haviam se instalado, porque assumia que ninguém iria querer afundar com ela”, conta o palestrante. Mas as pessoas não saíram de lá. A mídia divulgou o assunto e os consumidores alemães começaram a boicotar os postos de gasolina da Shell. As vendas caíram em 50%.
Esse caso ilustra que a Shell não foi capaz de mapear adequadamente a periferia, isto é, de conhecer as perspectivas de todos os envolvidos na questão, inclusive a mídia europeia. Sua imagem saiu muito arranhada das negociações, ainda que seus cálculos sobre cada uma das três opções estivessem corretos.
Em negociações complexas, a recomendação de Schoemaker é fazermos um mapa em que possamos enxergar todas as partes interessadas e o grau de apoio que darão a cada opção que temos, bem como o grau de poder que possuem. Outra recomendação é desenvolver o planejamento de cenários, a partir do qual o inesperado pode tornar-se mais evidente.


Fórum Mundial de Negociação 2009

HSM Online29/09/2009




CONSUMISMO INFANTIL


“Por ingenuidade produzimos coisas de grande poder, e agora servimos a essas coisas”. James Hollis
“Freqüentemente amamos as coisas e usamos as pessoas, quando deveríamos amar as pessoas e usar as coisas."

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. (Estatuto da Criança e do Adolescente - LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.)


Será que todo o marketing voltado ao público infantil afeta só as crianças? Consumismo Infantil, um problema de todos english version Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou umas das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconseqüente. As crianças, ainda em pleno desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves conseqüências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema importância e interesse geral.

De pais e educadores a agentes do mercado global, todos voltam os olhares para a infância − os primeiros preocupados com o futuro das crianças, já os últimos fazem crer que estão preocupados apenas com a ganância de seus negócios. Para o mercado, antes de tudo, a criança é um consumidor em formação e uma poderosa influência nos processos de escolha de produtos ou serviços. As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família (TNS/InterScience, outubro de 2003). Carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de casa tem por trás o palpite de uma criança, salvo decisões relacionadas a planos de seguro, combustível e produtos de limpeza. A publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado para a persuasão do público infantil, que cada vez mais cedo é chamado a participar do universo adulto quando é diretamente exposto às complexidades das relações de consumo sem que esteja efetivamente pronto para isso.

As crianças são um alvo importante, não apenas porque escolhem o que seus pais compram e são tratadas como consumidores mirins, mas também porque impactadas desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a marcas e ao próprio hábito consumista que lhes é praticamente imposto.

Nada, no meio publicitário, é deliberado sem um estudo detalhado. Em 2006, os investimentos publicitários destinados à categoria de produtos infantis foram de R$ 209.700.000,00 (IBOPE Monitor, 2005x2006, categorias infantis). No entanto, a publicidade não se dirige às crianças apenas para vender produtos infantis. Elas são assediadas pelo mercado como eficientes promotoras de vendas de produtos direcionados também aos adultos. Em março de 2007, o IBOPE Mídia divulgou os dados de investimento publicitário no Brasil. Segundo o levantamento, esse mercado movimentou cerca de R$ 39 bilhões em 2006. A televisão permanece a principal mídia utilizada pela publicidade. Ao cruzar essa informação com o fato da criança brasileira passar em média quatro horas 50 minutos e 11 segundos por dia assistindo à programação televisiva (Painel Nacional de Televisores, IBOPE 2007) é possível imaginar o impacto da publicidade na infância. No entanto, apesar de toda essa força, a publicidade veiculada na televisão é apenas um dos fatores que contribuem para o consumismo infantil. A TNS, instituto de pesquisa que atua em mais de 70 países, divulgou dados em setembro de 2007 que evidenciaram outros fatores que influenciam as crianças brasileiras nas práticas de consumo. Elas sentem-se mais atraídas por produtos e serviços que sejam associados a personagens famosos, brindes, jogos e embalagens chamativas. A opinião dos amigos também foi identificada como uma forte influência.

Não é por acaso que o consumismo está relacionado à idéia de devorar, destruir e extinguir. Se agora, tragédias naturais, como queimadas, furacões, inundações gigantescas, enchentes e períodos prolongados de seca, são muito mais comuns e freqüentes, foi porque a exploração irresponsável do meio ambiente prevaleceu ao longo de décadas.

Concentrar todos os esforços no consumo é contribuir, dia após dia, para o desequilíbrio global. O consumismo infantil, portanto, é um problema que não está ligado apenas à educação escolar e doméstica. Embora a questão seja tratada quase sempre como algo relacionado à esfera familiar, crianças que aprendem a consumir de forma inconseqüente e desenvolvem critérios e valores distorcidos são de fato um problema de ordem ética, econômica e social.

O Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, combate qualquer tipo de comunicação mercadológica dirigida às crianças por entender que os danos causados pela lógica insustentável do consumo irracional podem ser minorados e evitados, se efetivamente a infância for preservada em sua essência como o tempo indispensável e fundamental para a formação da cidadania. Indivíduos conscientes e responsáveis são a base de uma sociedade mais justa e fraterna, que tenha a qualidade de vida não apenas como um conceito a ser perseguido, mas uma prática a ser vivida.

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